Sábado, 29 de Outubro de 2011

Domingos Duarte Lima

Duarte Lima, por via do seu envolvimento jurídico com a "companheira" de Thomé Feteira, vê-se, agora, acusado como principal suspeito na morte brutal da sua cliente.

O crime foi perpetrado no Brasil e o MP local já produziu acusação sobre este nosso compatriota.

A opinião pública e até a publicada já tomaram partido e já ajuizaram: quem matou a senhora, secretária e companheira do velho Feteira, foi Duarte Lima!...

Este homem, pobre trasmontano, enquanto teve visibilidade mediática, celebrizou-se por uma cultura ímpar, por uma carreira politica que o levou quase ao pico do poder, e por amealhar uma bruta fortuna.

Foi apeado da politica "acusado" pelo Independente de Paulo Portas, de ter esbulhado uma senhora velha, creio eu, de Sintra.

Defendeu-se e ainda "recuperou" um pouco do seu brilho no perímetro do PSD e da politica.

Mas, vitima de leucemia, abateu-se sobre ele a precariedade e a fragilidade do viver humano.

Irmão seu, dedicado ao negócio da restauração, doou-lhe medula óssea compatível e, Duarte Lima sobreviveu. Deste então criou uma Fundação que acompanha e apoia crianças atingidas por este mal.

Melómano e bom executante de órgão e piano, tem apoiado jovens talentos.

Entretanto, Vasco Pulido Valente, cronista, livre, de carácter e assertivo critico das vaidades de muito ilustre, ilustrado e venerado português, deu à estampa o melhor que já se disse sobre este homem e esta história que se lhe cola como se de personagem histórico se tratassem.

Leiam este pedaço, que eu bem gostaria de ter escrito:

«A história de Duarte Lima não é uma história que passe rápida e ligeiramente sobre nós. Não o conheci nos seus tempos de importância e da relativa glória portuguesa, mas já nessa altura ele me parecia uma personagem um pouco estranha na corte do PSD e de Cavaco: grosso, baixo, calado, estranho à carreira do arrivismo comum. Havia boas razões para isso. Duarte Lima nasceu no fim do mundo (em Bragança), numa família muito pobre de nove filhos. Às vezes, teve fome, ou muito perto disso. Foi educado pela escola primária da terra e, sempre, pela Igreja. Na Igreja [...] aprendeu música e, nomeadamente, a tocar órgão: aos 12, 13 anos, já acompanhava a missa no órgão da Sé. Era com certeza uma criança aplicada; de certa maneira, uma personagem do século XIX. [...] Daí em diante, Duarte Lima seguiu a via tradicional das carreiras no PSD e, a certa altura, ainda novo, chegou à Assembleia da República e a mais do que isso, a presidente do grupo parlamentar da maioria. Não é líquido por que razão o elegeram e não é líquido por que razão eventualmente correram com ele. Consta que exibia “sinais de riqueza”, que não caíam bem. Ou, se calhar, arranjou uma incompatibilidade qualquer ou com o dr. Cavaco ou com a Igreja. De qualquer maneira, ficou isolado. Um pobre de Bragança não podia transitar suavemente para uma companhia, um banco ou um escritório de advogados, como transitava a gente com velhas relações pessoais no Porto e em Lisboa.
[...] O caso dele é um caso triste.»

Até se fazer prova substantiva, prova material, em tribunal, o cidadão Duarte Lima é incocente.


publicado por weber às 11:17
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