Domingo, 8 de Maio de 2011

Artur Pereira, conhece?

 

Ultimamente, este nome saltou para a ribalta.

Durante as últimas eleições presidencias apareceu associado ao candidato Fernando Nobre e ligado a uma estrutura coordenadora, que integrava ainda Luís Osório e Fernando Gomes.

Hoje funciona como uma espécie de porta-voz de Fernando Nobre.

Mas, quem é este personagem?

De onde saiu ele?

Fomos camaradas do mesmo partido, o partido comunista português.

Na década de 80 do século passado, ele organizado no sector da propaganda e, eu, integrado no sector sindical.

Já nessa altura se destacava pela sua fina grelha analitica e sentido de humor apuradíssimo.

Entretanto, eu segui o meu caminho e, ele, provavelmente, o dele.

Em 1995 encontro-o em Montijo ligado à então Embaixadora de Cuba, a organizar uma Feira Internacional em La Habana.

Então, era comentador encartado, em nome dos comunistas, no Grande Amadora, jornal local, mas com enorme influência no debate e na disputa politica amadorense.

Depois, casou-se, com uma filha de um dos comunistas que mais sofreu a tortura do sono (31 dias interpoladas...) Fernando Vicente.

Entretanto, em 2000 (?) afasta-se das andanças amadorenses e transforma-se num empresário de sucesso (não perguntem a área, que eu não sei dizer...).

Sabe-se que esteve "empenhado" na primeira e segunda eleição de Pedro Passos Coelho para Presidente do PSD.

Sabe-se que fez parte da estrutura de direcção da Campanha de Mário Soares, nas eleições de 2006.

Descobriu-se, com algum espanto, que foi o cérebro da Campanha de Fernando Nobre.

Quando se conheceram?

Quem os apresentou?

Que afinidades têm, ou tinham à época?

Nada disto é claro. Nada disto é transparente.

Correm rumores, boatos, inferências...

Agora, aparece num enorme artigo de opinião no Expresso, em que tenta explicar o que é impossível de entender.

Fernando Nobre tem um percurso mais ou menos claro de vida.

Já se percebe menos bem a criação da AMI (cisão dentro dos Médecins Sans Frontiéres, fundada pelo actual ministro de Sarkozy,Bernard Kouchner ), controlada com mão de ferro pela família Nobre (veja-se aqui o Organograma da AMI uma questão nobre).

Sabe-se que Artur Pereira cultiva muitas e diversas amizades.

É amigo de Domingos Abrantes, é intimo de Mário Soares, almoça com Passos Coelho, dizem que tem negócios com Ângelo Correia, mas não se percebe em que limbo ideológico navega, actualmente.

Há quem sustente que se mantém fiel ao ideário comunista, mas transformou-se num pragmático homem de negócios, associando politica ao comércio, com resultados deveras interessantes, ao que se diz.

Mas recuperemos o texto do Expresso e as nobres dores que para si assume.

Possuidor de uma retórica notável, mas não alcança, desta vez, salvar o seu "mandante" (ou será ao contrário...).

Pergunta de permeio: por que é que o PCP não o ataca a ele, Artur Pereira, e a Fernando Nobre? Mistérios de Lisboa, insondáveis desígnios.

Mas vamos ao texto, que é um primor de sofisticada "trapaça".

Sabe-se que Artur Pereira e Nobre inventaram razões para justificarem a candidatura à Presidência da República.

Tinha de se quebrar o "monopólio" da representação exclusiva dos partidos...diziam eles.

Candidatura "independente", pois.

Depois, tinha de se eleger um "adversário" principal, ao modo leninista.

Quem foi o escolhido?

Manuel Alegre, pois claro. Mas, pergunta-se, porquê?

Depois de empocharem 600 mil votos nas urnas,  (cá está Lenine outra vez...) o Que Fazer?

Mas vamos ao texto, e ao seu núcleo de argumentação.

"Uns por descarado sectarismo partidário disfarçado de indignação, outros por alucinação e falta de vergonha, outros ainda, por se acharem intocáveis e a salvo de todas as incoerências e dislates, apostaram numa esforçada campanha para atingir a dimensão ética de um homem como Fernando Nobre. Fernando Nobre não tem experiência sobre os hábitos do poder. Mas conhece o suficiente para saber que os hábitos têm de mudar."

Fim de citação.

Nada disto é razoável.

Depois de ir a votos, sem saber o que fazer dos votos amealhados, em entrevista a Judite de Sousa, FN afirma "categoricamente o digo: não aceitarei em caso algum integrar qualquer lista de deputados para AR".

Sabe-se que teve um encontro com Mário Soares e José Sócrates no qual afirmou, de entrada, que não estava disponível para a vida "politica" com os socialistas...depois, teve um encontro com Vieira da Silva e outro dirigente socialista...a mesma conversa da indisponibilidade.

Estávamos perante um caso de coerência.

Vem Passos Coelho e o nosso homem aceita ser "cabeça de lista por Lisboa", com a condição de poder vir a ser Presidente da AR!!!

Desfaz-se em declarações estapafúrdias, que não convencem ninguém.

Diz que não conhece o programa do PSD, mas toda a gente sabe que é ultraliberal e visa destruir o Estado Social.

Então, percebe-se, Nobre aceita mudar de opinião e postura, mas só com o negócio das contrapartidas em cima da mesa: cabeça de Lista e putativo candidato a Presidente da AR.

Perante tal situação, pergunta-se: a ética de Fernando Nobre é o quê?

Artur Pereira o criador da criatura, não consegue explicar aquilo que importa:

1/ Por que aceitou Fernando Nobre integrar uma Lista de candidatos a deputados para as próximas legislativas?

2/ Por que aceitou integrar a lista do PSD?

Aqui, caros amigos, há gato de fora com o rabo escondido.

Estamos a falar de cidadania?

Estamos a falar de serviço público?

Estamos a falar de ajudar Portugal e os portugueses?

Não.

Estamos a falar de negócios, aos quais o engenheiro Ângelo Correia não é alheio.


publicado por weber às 12:45
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