Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2012

Humilhações

Mário Soares escreve texto impressivo, em três itenes nos quais a dimensão "humilhação" decorrente das dividas soberanas de Portugal, Irlanda e Grécia é vedeta.

O velho senador coloca bem as questões, que são essenciais neste domínio.

Fala também de esperança, considerando a hipótese de Sarkozy ser derrotado, brevemente, na disputa presidencial daqui a dois meses.

Mas, em eleições, só depois dos votos contados é que se pode "cantar vitória".

Isto é válido para Novembro p.f. nos EUA em que Obama vai a votos e para um segundo mandato.

Se os vaticinios de Soares derem certo podemos estar, então, perante uma nova "era".

Esperemos para ver.

O que diz de Victor Hugo é muito importante, mas, para as novas gerações, pouco dirá.

 No entanto, não é por tal que de Hugo não se deva falar.

Fez muito bem.

Mas, a dimensão da humilhação é em, história, de mor relevo.

Recorda-me o Tratado de Versalhes, do qual Keynes anunciou logo "que continha todos os ingridientes para uma nova guerra", e ainda o Acordo de Munique de 1938, assinado por Neville Chamberlain, Daladier, Hitler e Mussolini, em que os dirigentes francês e inglês, para "sossegar" o ogre teutónico...cederam-lhe a Checoslováquia e a sua poderosa indústria.

Chamberlain, quando chegou a Londres, à saída do avião, com o "papel" na mão...gritava: a Paz!

Churchill, lúcido e presciente, no Parlamento, gritou-lhe:"Teve como escolha a desonra e a guerra. Escolheu a desonra e não vai escapar da guerra."

O que a UE está a fazer com a Grécia pode ser a repetição da história, com outros meios, com outros actores e circunstâncias diferentes.

Com a insanidade da cobrança da dívida, podemos estar a empurrar a mãe da nossa civilização ocidental para a tragédia e para o precipício.

Temos de colocar a questão doutro modo? Quanto devemos nós, todos, europeus à Grécia? Não estou a falar de dinheiro, mas de civilização.

O que lhe devemos é imenso. Não. Nenhuma calculadora no mundo será capaz de fazer esta conta.

Senhora Merkel, senhor sarkozy, não queiram ser os Chamberlain e os Daladier do século XXI. O projecto europeu é demasiado importante para se deixar encurralar numa imoral e mesquinha divida grega.

A Europa e os seus povos merecem ousadia e grandeza dos seus decisores políticos.

Sejam, pois, corajosos.

Estudos recentes indicam que, se em 1938, a França e a Inglaterra tivessem "atacado" Hitler, este teria sido derrotado em...três meses!

Percebe-se, por este episódio histórico, a importância de decisões atempadas e assertivas.

Merkel e Sarkozy precisam de rever as suas posições e...rapidamente.

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publicado por weber às 10:36
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