Terça-feira, 14 de Junho de 2011

Pedro Tadeu: Jornalista

 

A nossa comunicação social precisa de transparência, de rigor, de profissionalismo, de liberdade...claro que sim.

Mas, sobretudo, precisa de jornalistas...como este, que foi Director do 24 Horas e assina crónicas, actualmente, no DN.

Há um traço, que o distingue de todos os outros, honrados jornalistas, que os há: a assunção da sua filiação partidária.

É militante comunista, creio que com as quotas em dia na Soeiro Pereira Gomes, ou será no Hotel Vitória, na célula dos jornalistas?

Esta "qualidade", que ele assume publicamente, faz toda a diferença para outros camaradas de profissão.

Quantos, militantes do PSD, ou do CDS/PP teriam a coragem de se assumir como tal durante os "consulados" de José Sócrates em plena campanha de assassinato politico...quantos? Nenhum teve a coragem de assumir um improvável conflito de interesses. Os jornalistas não são cidadãos assexuados. E, antes de exercerem esta profissão, são, isso sim, e isso mesmo:CIDADÃOS.

Nos EUA há a cultura e o hábito saudável dos meios (jornais, rádios, televisões e etc.) assumirem as suas preferências politicas, com clareza.

Em Portugal, que eu me recorde, só o extinto A Capital, na sua fase terminal, assumiu, em editorial, uma preferência politica pelo Partido Socialista, em 2005 (creio eu...).

Todos os restantes assobiam para o lado. Reclamam-se do interesse nacional, de uma estapafúrdia isenção, ou de uma liberdade sem limites para maldizerem ad nauseam.

A campanha que levaram a cabo contra Sócrates teve a marca do CDS, do PSD, do BE e do PCP...mas nenhum "jornalista" se assumiu como mandantário de uma destas plataformas partidárias...que fosse.

Pedro Tadeu é outra coisa. É honrado e transparente. Pode ser escrutinado à luz desta sua "qualidade". Os outros senhoritos...não.

É por isso que vale a pena lê-lo nesta sua recente polémica com o Doutor Louçã e que pode saborear por aqui.

E in extenso, que sabe melhor:

"Escolheu Francisco Louçã o Facebook para criticar uma crónica minha. Disse o líder do Bloco de Esquerda, entre outras coisas, algo que atinge a minha reputação e a dos jornalistas que trabalharam comigo enquanto fui director do 24horas: Louçã classificou-o de "jornal populista e alegremente reaccionário". É verdade que "alegremente" fiz uma capa com Joana Amaral Dias e Ana Drago sob o título "Onde é que o Louçã as arranja?" e publiquei uma subscrição para os leitores comprarem um bilhete de avião, só de ida, para a Coreia do Norte, a oferecer ao deputado do PCP Bernardino Soares. Em contrapartida, um dia, o então presidente do Conselho de Administração do jornal, Henrique Granadeiro, foi confrontado com a exigência do Governo PSD/CDS para que eu fosse demitido. Eu próprio ouvi, de alguém com poder para fazer cair essa administração, a ordem formal, que recusei, para parar a publicação de notícias "desfavoráveis" ao primeiro-ministro Pedro Santana Lopes. O 24horas não era um projecto político e, apesar de ter sido a dada altura dirigido por um militante do PCP, foi, tal como exigia o seu estatuto editorial, rigorosamente apartidário. E é estranho que um jornal alegadamente "reaccionário" tenha servido para o Bloco montar uma Comissão de Inquérito no Parlamento por causa da notícia sobre o caso Envelope 9... Mas talvez a crítica do doutor Louçã se referisse a questões deontológicas e não políticas... Vamos a elas. A insuspeita ERC fez, em 2009, um estudo sobre "Privacidade, Intimidade e Violência na Imprensa"... Surpresa! Os jornais Correio da Manhã (21,6% da amostra), Jornal de Notícias (21%) e Diário de Notícias (20,3%) publicaram mais notícias violentas e/ou que violaram a privacidade e a intimidade dos protagonistas do que o 24horas (18,2%), que só passou neste "ranking negro" o Público (11,7%). Na página 80, o estudo diz mesmo que o 24horas é um jornal "que se situa abaixo da média, contrariando, assim, a imagem de jornalismo sensacionalista que, não raramente, lhe está associada". O site da ERC tem o trabalho disponível onde se desmontam, cientificamente, vários "mitos urbanos" negativos sobre o jornal. Outro insuspeito, Óscar Mascarenhas, presidente do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas entre 1996 e 2002, escreveu no JN, após o fecho do 24horas: "Deixa-me saudades o tempo em que foi dirigido por Pedro Tadeu, exemplo vivo de que um jornalista culto e com referências éticas pode fazer a diferença num jornal popular - por muitos deslizes que tenha cometido e de que era o primeiro a reprovar-se em público, caso ímpar na nossa imprensa." Se isto é ser "populista e reaccionário", doutor Louçã, resta-me agradecer os epítetos e, para a semana, tratar do assunto que falta: o sério problema político que está por detrás do seu desabafo no Facebook."

Leia-se com atenção, e esmerado interesse, as partes que sublinhei a cores, no interior da peça do jornalista.

Foto de Pedro Tadeu, quando jovem...


publicado por weber às 10:31
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De Pedro Madeira a 25 de Setembro de 2012 às 14:04
Chame-me Parvo….

Pois é, Sr. Pedro Tadeu, é isso mesmo que diz: “eu sei lá que mais” ou “seja lá o que isso quer dizer”… vê-se mesmo que está mesmo muito a leste do que fala, é mesmo pelos “gestores” de “sucesso” que lá pomos, como esse senhor, que este país está como está. Esses senhores são bons a criar documentos, criticar muito quando são oposição, gastar ostensivamente recursos do nosso pais, mas de produtividade e enriquecimento para o país nada ou pouco contribuem.
Ainda assim, lhe digo que, sendo ele um trabalhador nato, não lhe confere o Juízo dos epítetos cigarras ou formigas, pois tanto num sentido como noutro eles têm conotação pejorativa.
O Sr. deve saber muito bem, que este país, só interessa a dois segmentos de pessoas: os políticos e os que vivem de rendimentos de inserção. Todos os outros estão “lixados” como diz o nosso 1º ministro – os tais piegas que pagam todas as contas e ficam cheios de dívidas que chegam até aos netos, pelo menos. Há também um eterno hábito confundir os políticos com os funcionários públicos, embora perfaçam à mesma classe, os segundos trabalham!
Tenham todos muito Juizinho, não se armem em vítimas nem em benfeitores da pátria porque não o são, tramaram-nos bem. Estão lá para se encher como todos os outros já o fizeram, entram para lá ainda pouco governados e saem de lá com fortunas fabulosas, como todos sabemos, dando até para viver no estrangeiro à custa de rendimentos como todos sabemos.
Ainda não ouvi nenhum deles a dizer para mexer na constituição afim de reduzir o número de deputados, ou baixar efectivamente o vencimento de altos cargos públicos, ou reduzir as enormes frotas ao serviço dessa burguesia elitista… enfim. Sobre isto muito teria para dizer.
Por fim, para não ficar enfadonho, só lhe digo que o povo há-de acordar a sério, e quando isso acontecer, talvez depois se faça uma justiça à moda civil, que é pior para todos. Por menos do que por aqui se faz, noutros países, há políticos presos. Cá não se prendem políticos, nem mesmo os comprovadamente culpados, bem sabemos ao que me refiro.

Por: Roberto Madeira


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