O professor Soromenho Marques recorda na sua crónica hebdomadária do DN o profecia curiosa de um politico português do século XIX, Andrade Corvo.
Leia-a já de seguida:
«Há pensadores brilhantes e há profetas. João de Andrade Corvo, futuro ministro dos Negócios Estrangeiros da monarquia, foi o profeta que em 1870 antecipou a NATO, e a relação especial de Portugal com os EUA. Estava a guerra franco-prussiana a lavrar, e ele percebe que o nacionalismo europeu transportava no seu seio uma lógica suicida que enfraqueceria o seu poderio global. A natureza tem horror ao vazio de poder, por isso ao recuo dos impérios europeus corresponderá um avanço dos EUA.
Escreve Andrade Corvo:
"Os Estados Unidos são chamados pelas circunstâncias a representar um grande papel na política do mundo; principalmente se os sucessos da Europa, como infelizmente tudo parece indicar, levarem esta a um período de lutas desastrosas de nação a nação, de violências contra o direito e contra a independência das pequenas nações, a um período de opressão e despotismo."
Vislumbrando os canais de comunicação estratégica entre o Velho e o Novo Mundos, Andrade Corvo antecipa em mais de 100 anos o papel vital que estaria destinado ao arquipélago dos Açores, que seria no século XX o principal elo de ligação entre os EUA e a Europa, garantindo a Portugal um lugar incontornável na perspectiva mundial dos EUA:
"A posição geográfica de Portugal, com as ilhas dos Açores situadas no caminho da América, está mostrando que é ele o Estado da Europa cujas relações mais proveitosas podem ser à república americana."»
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. The End