Terça-feira, 25 de Janeiro de 2011

O Senador dixit

Mário Soares, na sua coluna hebdomadária, no DN, escreve um notável artigo sobre as presidenciais; sobre os economistas, "vencidos da vida", sobre os mercados; sobre os EUA e as potências emergentes e, finalmente, sobre a "revolução" na Tunísia, a dita do jasmim.

O artigo é poderoso, não falha nenhuma alvo, excepção feita a Sócrates.

Pode-o ler por aqui.

Acha o ex-Presidente, que Sócrates cometeu um erro quando decidiu apoiar, fora do tempo, o candidato do BE, Manuel Alegre (ele não o nomeia, obviamente).

Errado, senador.

E porquê?

Simples.

Até dói de tanta simplicidade.

José Sócrates só se interessa pelo poder "real", executivo, para fazer coisas: o Governo.

Quando arrebatou o PS, por desistência de Ferro Rodrigues, o "meu" SG, já tinha isso muito claro.

Contudo, no processo eleitoral apercebeu-se (recordem-se que Sócrates disputa, pela primeira vez, o cargo de SG, contra quem?: contra João Soares, pela primeira vez apoiado  publicamente pelo pai e contra Manuel Alegre...) que tinha dois problemas para resolver.

O eng.º logo percebeu que precisava, se queria controlar o PS, "matar" os "soaristas" e os "alegristas".

Como o fez?

Hoje já estamos no domínio da história. Já temos respostas objectivas.

Em 2006, contra muita gente no PS, apoiou Mário Soares para disputar a presidência a Cavaco Silva.

Nesse mês de Janeiro enterrou, em definitivo, o "soarismo".

Comprou João Soares com cargos de prestígio, mundo fora.

Desde 2008 que, este, está Presidente da Assembleia Parlamentar da poderosa OSCE, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.

Nestas eleições, de 2011, João Soares apoiou, inequivocamente, Manuel Alegre.

A sua irmã, Isabel Soares apoiou, inequivocamente, Fernando Nobre.

A chamada tendência João Soares, que fazia um almoço por ano e contava, entre outros, com o ex-edil de Almodôvar, António Saleiro...deixou de jantar.

O pai, Mário Soares, ficou, com a candidatura a Belém em 2006, completamente, socratisado.

Leia-se o artigo de hoje e entende-se o apodo.

Alegre, e os alegristas, foram, agora, a 23 de Janeiro de 2011 completamente enterrados.

Os alegristas começaram a ser liquidados nas últimas eleições legislativas de 2008: nem um integrou as listas, nem o próprio Alegre.

O poeta de Águeda trocou isso pela candidatura à presidência em 2011.

Tal como em 2006, Sócrates não só não se empenhou, como não fez nada para contrariar a inércia partidária, nas respectivas campanhas dos seus "candidatos", Soares e, depois, Alegre.

Sócrates não cometeu erro de espécie alguma.

Ao contrário.

Vai ao próximo Congresso do PS e sairá, quase de certeza, novamente, em ombros e SG.

Vai a eleições legislativas, se for o caso, antecipadas, contra Passos Coelho e...chama-lhe um figo, até que pode ser algarvio.

Depois, bem depois, temos de alinhar os Presidentes da República, pós 1976, com os governos de então.

Ramalho Eanes não conta.

Mário Soares conviveu e sovou os governos do Professor de Boliqueime, mas este aguentou 10 anos.

Jorge Sampaio conviveu com os governos de Guterres...durante seis anos. Dois anos com Durão/Santana e os restantes já com José Sócrates.

Este Primeiro-Ministro leva já cinco anos de "cooperação" com Cavaco Silva...e vai continuar.

O único Presidente atípico neste "desalinho" partidário é mesmo, e só, Jorge Sampaio.

Pode fazer-se leitura mais fina, mais aprimorada, mas o que conta é o que está à vista: Sócrates "escolheu" candidatos para perderem...não para lhe causarem problemas a partir de Belém.

Vai uma aposta?: - José Sócrates será Primeiro-Ministro de Portugal até 2013, digo eu, aposto eu.

Porquê? Porque Cavaco Silva ganhou as eleições para mais um mandato de cinco anos e, com o dossier acções BPN, mais casa da Aldeia da Coelha, mais o miserável resultado eleitoral... ficou, se assim se pode dizer, ele também, socratisado...

Até lá e então, e só então, ver-se-á o que estará em cima da mesa.

O discurso de Pedro Passos Coelho, na noite eleitoral, é só um dos trilhos dos caminhos que hão-de vir, digo eu.


publicado por weber às 12:00
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