Quem, como eu, e milhares de outros portugueses também, frequentou a militância partidária sabe, pelo menos, duas coisas:
1/ Em politica não parece haver amigos, mas sim aliados, numa dada circunstância, para atingir objectivos comuns (um cargo partidário, um negócio, um posto público...);
2/ A politica, a partidária por que mais pequena, está cheia de pequenas e grandes intrigas, de maledicências, de velhacarias, os que ontem eram "amigos", hoje são, aparentemente, "inimigos" figadais...e vice-versa.
Como dizem os observadores: a politica é assim mesmo.
Isto vem a propósito de quê?
De um post inteligente de VALUPI sobre umas escutas, no quadro do processo "face oculta", em que foram "apanhados" à conversa Edite Estrela e Armando Vara. Esta a "zurzir", maledicente, nos seus colegas parlamentares europeus.
O CM e DN publicaram o material. Este foi ouvir Ana Gomes, Vital Moreira e tentou ouvir Elisa Ferreira, os que tinham sido objecto de adjectivação da ex-edil de Sintra.
Valupi decide valorar o artigo de Fernanda Câncio, mas distancia-se desta quando "ataca" Ana Gomes. "Critica", e bem, Pedro Adão e Silva e Pedro Marques Lopes na mesma onda.
Creio que, atente-se todo o material carreado por Valupi, a que se deve juntar o seu próprio post, a mira analítica está um pedaço descentrada.
Toda a gente já percebeu que João Marques Vidal, o Procurador que titula o processo "face oculta" ficaria bué de contente se pudesse destroçar o Partido Socialista.
Por isso "fornece", regularmente (aqui tem o valor de cadência...) ao Eduardo Dâmaso, do CM, material que interessa.
Foi o que aconteceu com estas escutas, irrelevantes para o processo, mas altamente proveitosas para a zizânia que querem ver-se instalar no seio do PS.
O CM e o DN, ao publicarem este material nem sequer estavam "interessados" em provocar desconforto nas relações entre Edite Estrela e Vital Moreira (de quem ela não gosta, nem nunca gostou), entre aquela e Ana Gomes, amiga de Ferro Rodrigues, que a "tia" de Sintra nunca apreciou e então Elisa Ferreira apoiada pelo lóbi do Porto!...nem se fale.
Mas, posto isto, qual era o objectivo do CM e do DN?
Dar a entender que há um núcleo "negocista", "aparelhistico", junto de Sócrates, que integra, entre outros Edite Estrela, Armando Vara, Luís Patrão e....este é que era o alvo a assinalar e não as tricas entre "camaradas".
É célebre o diálogo entre Winston Churchill e o jovem parlamentar conservador, então recentemente eleito, que, na Sala dos Comuns, sentado junto do Leão, o interpela:- Sir, ali, em frente, estão os nossos inimigos? -Não, responde o velho parlamentar. Ali, em frente, estão os nossos adversários. Os nossos inimigos, sentam-se no meio de nós.
Moral da história? A politica, a partidária, et pour cause, não tem moral nenhuma.
Em Portugal isto é válido para o PS, para o PSD, para o BE, para os Verdes, para o CDS/PP, para o PCP ( e só nomeio os com assento parlamentar...).
Tenho, na minha biografia, histórias aos molhinhos para ilustrar esta tese, no seio dos comunistas e nas hostes socialistas.
Na recente disputa eleitoral para a presidência da FAUL, por exemplo, Edite Estrela e Ana Gomes, em Sintra, uniram esforços para "derrotarem" o candidato de continuidade, Joaquim Raposo e de modo a darem a vitória ao jovem Secretário de Estado do Mar (prócere de António Costa...), filho de padre, Marcos Perestrello.
No CDS e no PSD conheço algumas, inenarráveis, mas por ouvir contar.
Ainda faz pouco tempo, numa polémica acesa, mas com pouco interesse, com Vítor Dias, o porta-voz do PCP ao tempo de Álvaro Cunhal, contei algumas histórias edificantes deste grémio partidário...
E por aqui me fico.
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. The End